A força tranquila do possível: a noção modal de possibilidade no Desvelamento como Clareira e o problema da Alétheia como Verdade

Auteurs

  • Arthur de Oliveira Machado Universidade Federal de Santa Maria

DOI :

https://doi.org/10.61378/t7kb0g03

Mots-clés :

Heidegger, Verdade, Possibilidade

Résumé

Em uma passagem de seu texto apresentado em 1964, Das Ende der Philosophie und die Aufgabe des Denkens, Martin Heidegger revisita, já no contexto do pensamento do Ereignis, uma questão conceitual referente à tradução de Aletheia [ἀλήθεια] como Verdade. A passagem é conhecida pela literatura. Nela, o filósofo faz referência à fragilidade da tradução do termo e, em nota de rodapé, recorre a uma afirmação do §44 da obra de 1927, Sein und Zeit. No que se segue, examinaremos a referência de Heidegger a sua obra de juventude, assim como sua sugestão, que, articulada com o contexto teórico interno ao texto de 1964, qualifica a compreensão do termo e propõe um vínculo entre diferentes fases do seu pensamento. Esta interpretação implica a vinculação, através da noção de possibilidade, com questões já desenvolvidas no período de Ser e Tempo; elementos conceituais do pensamento de viragem [Kehre]; e, conforme veremos, em uma determinada continuidade, com discussões apontadas neste texto tardio do filósofo. Por fim, não é possível concluir a adequada tradução de Aletheia como verdade sem que se tenha claro, no horizonte da significação, o que permanece compreendido pelo conceito de desvelamento [Unverborgenheit] em sua íntima conexão com liberdade e, sobretudo, articulado pela categoria modal de possibilidade em sua qualificação fundamental.

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Publiée

2025-04-13