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  • Chamada de artigos para o dossiê: É possível traduzir alétheia? Martin Heidegger e a questão da verdade

    2024-06-16

    Revista Enunciação - Dossiê É possível traduzir alétheia? Martin Heidegger e a questão da verdade

    Para Heidegger, desde os anos 20 do século passado, a tradução de ἀλήθεια por veritas/verdade, juntamente com o conceito formal de verdade como adequação do enunciado às coisas, tornou-se problemática e digna de ser questionada. Em Ser e tempo (1927) e na preleção Da essência da verdade (1930), Heidegger chega a defender que a verdade do enunciado deriva de uma “verdade” anterior, direta, situada no comportamento prático. Para conferir peso a esta tese, advoga um retorno aos gregos e não hesita em recorrer a Aristóteles, negando, categoricamente, que o Estagirita tivesse, alguma vez, defendido que o “lugar” originário da verdade fosse o juízo. Heidegger, por sua vez, traduz ἀλήθεια por desvelamento (Unverborgenheit), acentuando precisamente o caráter privativo presente no “alfa” inicial da palavra. Ao pronunciar ἀ-λήθεια, Heidegger acaba conferindo protagonismo ao velamento em detrimento do disponível e do manipulável, do que se pode sempre constatar, assegurar, comprovar. Em O fim da filosofia e a tarefa do pensamento (1964), porém, o filósofo alemão afirma que “a questão da Alétheia, a questão do desvelamento como tal, não é a questão da verdade. Foi por isso inadequado e, por conseguinte, enganoso denominar a Alétheia, no sentido da clareira, de verdade”. Tendo em vista a centralidade do conceito para todo o percurso de sua reflexão, as consequências de tal constatação são múltiplas e complexas.

    Em face dessa complexibilidade e com a proposta de refletir sobre o futuro do questionamento heideggeriano acerca da essência da verdade - diante notadamente dessa constatação central e tardia do próprio Heidegger - realizou-se, nos dias 16, 17 e 18 de abril de 2024, e com apoio dos Programas de Pós-graduação da UFRRJ, UFRJ e UFPB, o Simpósio Internacional “É possível traduzir ἀλήθεια? Martin Heidegger e a questão da verdade”, título orientador deste dossiê cuja proposta é também pensar acerca dos caminhos e das possibilidades do questionamento heideggeriano acerca da essência da verdade.

    Receberemos artigos em português, inglês, francês e espanhol até 30/10/2024, através do site da Revista Enunciação: http://www.editorappgfilufrrj.org/enunciacao.

    Editora do dossiê: Profa.Dra.Christiane Costa

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  • Chamada de artigos para o dossiê Antropoceno

    2023-12-17

    Revista Enunciação – Dossiê Antropoceno

    A urgência da questão ambiental se coloca como tema relevante em diversas áreas do conhecimento. O debate sobre o futuro do planeta, por conseguinte, da humanidade, está se fortalecendo na esfera pública e a demanda por políticas ambientais efetivas se torna crescente, dada as projeções climáticas que não são nada otimistas em relação às próximas décadas. A ideia de um novo período geológico expressa pelo conceito de Antropoceno nos dá a dimensão do impacto humano sobre a Terra. Nós, os humanos contemporâneos, somos uma força geológica, ou melhor, o nosso modo de existência se tornou essa força. Relatórios do Painel do Clima da ONU, dados climatológicos, projeções, entre outras fontes científicas, tornaram-se objetos de interesse da reflexão filosófica sobre o futuro em um planeta fortemente impactado pelos excessos da civilização tecnológica.

    A nossa relação com a vida extra-humana também se torna objeto de reflexão dado o fato de vivermos a sexta extinção em massa, que desta vez não é causada por eventos catastróficos e sim pela ação humana.

    Tal situação planetária impõe à filosofia contemporânea o desafio de não apenas encarar o problema, mas também de pensar em outras possibilidades de existência que fortaleçam o vínculo com a Terra. Neste sentido, a Revista Enunciação convida pesquisadoras e pesquisadores a contribuírem com artigos filosóficos sobre a temática do Antropoceno. Apreciaremos contribuições que versem tanto sobre o problema ambiental quanto sobre a questão da nossa relação com a vida extra-humana.

     

    Receberemos artigos em português, inglês, francês e espanhol até 30/04/2024, através do site da Revista Enunciação: http://www.editorappgfilufrrj.org/enunciacao.

     

    Editora do dossiê: Profa.Dra.Michelle Bobsin

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  • Chamada de artigos para o dossiê Mulheres na antiguidade

    2023-03-16

    Dossiê Mulheres na Antiguidade

     

    Ao longo da história da Antiguidade, as mulheres normalmente foram silenciadas, obrigadas a ocupar a sombra, a margem, o interior das casas. No entanto, poetisas, filósofas, guerreiras, oradoras e políticas estão por toda a parte no mundo antigo. O que propomos com esse dossiê é deixar as mulheres da antiguidade falarem por elas próprias para que possamos construir, a partir de suas falas, o retrato de suas ações, de seus argumentos, de suas críticas, do mundo no qual viveram. Enfrentaram muitos obstáculos para ocuparem papeis tradicionalmente destinados aos homens, mas não para falar como um homem e sim para, a partir de sua própria feminilidade, expressar problemas, reflexões, dúvidas e conhecimentos. A Revista Enunciação tem o prazer de convidar a todas e todos que pesquisam sobre mulheres ou personagens femininas míticas e/ou divinizadas no mundo antigo a darem sua contribuição a esse dossiê.

     

    Receberemos artigos em português, inglês, francês e espanhol até o dia 22/09/2023 através do site da Revista Enunciação: http://www.editorappgfilufrrj.org/enunciacao.

     

    Editoras do dossiê: Alice Haddad e Cristiane Azevedo

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  • Chamada de artigos para o dossiê Concepções do humano hoje

    2022-10-14

    Se um dia Kant quis sintetizar em uma quarta questão, “O que é o ser humano?”, o sentido de suas três grandes questões (“O que posso saber?”, “O que devo fazer?”, “O que me é permitido esperar”?), o século XX viu a antropologia filosófica perder a ingenuidade da posição de seus problemas. Embora tenha sido um século fecundo para a disciplina (por exemplo, na tradição fenomenológica), foi também a época em que, por diversas razões, se impôs a suspeita sobre a possibilidade de se responder de modo enfático à questão “O que é o humano” – do questionamento teórico do humanismo à desumanização ocorrida na prática, da denúncia do humano como universal ideológico à proposição da identidade interseccional, da crítica ao especismo às aspirações do pós-humano e ao antropoceno como ameaça do fim existencial da espécie. O deflacionamento da sua pergunta e a dessubstancialização de seu objeto não interditam, todavia, a disciplina, mas antes a tornam mais relevante. Os desenvolvimentos dos campos do saber cujo objeto é o humano, da antropologia (a ciência social) às neurociências, passando pelos estudos de gênero e raciais, atualizam não apenas a questão sobre o que é o humano, mas também aquela sobre o que ele não é. A Revista Enunciação, do PPGFIL-UFRRJ, convida à submissão de artigos, traduções e resenhas que avancem sobre esta questão: como pensar o humano hoje?

    Data final para a submissão: 31 de janeiro de 2023

     

    Editores responsáveis:

    Edson Peixoto de Resende Filho

    Luiz Philipe de Caux

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  • Chamada de artigos para o dossiê O belo e as virtudes

    2022-05-31

    É possível falar em beleza, belo (καλόν), quando se trata da ação humana? É possível falar em uma vida humana que seja bela? Há beleza ou feiura quando o que está em jogo é o caráter de um ser humano? Faz sentido visar ao belo na ação ou deveríamos ter em vista apenas o que seria útil ou conveniente para aqueles que nela estão envolvidos ou que por ela são alcançados? Há disparidade ou afinidade entre o belo e o útil? Aos gregos parecia evidente que o belo deveria aparecer como o critério supremo da ação virtuosa, da ação que seria em si mesma louvável. Para eles, também haveria feiura evidente nas ações reprováveis. Como podemos avaliar presentemente semelhante critério? Seria ele imprescindível ou condenável por sua evidente heteronomia? Poderíamos, efetivamente, ordenar a nossa vida como um todo a esse fim? Seria isso factível ou mesmo desejável? Até que ponto nossas ações, sejam elas “belas” ou “feias”, deixam-se fixar como caráter belo e virtuoso ou feio e vicioso? Seria desejável considerar como relevante semelhante “fixação”?  Convidamos a comunidade filosófica a refletir sobre essa temática, dialogando com os filósofos e poetas da Antiguidade clássica.

     

    Editores responsáveis:

    Francisco Moraes

    Mário Máximo

    Marcelo Maciel

     

    Data da submissão: até 30 de julho de 2022

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