Desvelamento por alétheia: o problema é de tradução?
DOI:
https://doi.org/10.61378/60d0hc41Palavras-chave:
alétheia, adaequatio, verdade, HeideggerResumo
Este artigo pretende pensar o termo alétheia a partir da interpretação, de inspiração heideggeriana, de alguns fragmentos de Heráclito, com o objetivo de tentar compreender um momento da história da verdade cujo “sujeito” foi o Real ele mesmo. Só o apagamento historial desse momento originário pôde suscitar a necessidade de uma compreensão autônoma da verdade. Esse apagamento teve seu começo em Aristóteles e sua culminância em Tomás de Aquino. Foi nesse contexto que traduzir a palavra se tornou uma questão relevante: porque a coisa “verdade” não estava mais presente. O objetivo desse artigo é iluminar o momento atual, da pós-verdade. A cosmologia, ponta mais fina da ciência contemporânea, é chamada a se dobrar sobre o pensamento grego originário, como se fosse possível, vinte e seis séculos depois, trazê-lo à cena “do que salva”.
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