Perfeição, emulação e morte: a beleza da vida pelo Amor (Eros) verdadeiro segundo o discurso de Fedro
DOI:
https://doi.org/10.61378/enun.v7i2.141Palavras-chave:
Banquete, Fedro, Eros, emulação, morte, verdade.Resumo
O artigo apresenta uma interpretação do discurso de Fedro presente no Banquete de Platão. Essa interpretação tenta mostrar, primeiro, como Fedro elogia o Eros por tornar a vida bela. Em certo sentido, pode-se dizer que, para Fedro, o homem tornar-se-ia perfeito por meio do Amor, uma vez que se tornaria corajoso e a coragem seria a virtude completa. Depois, o artigo mostra como Fedro entende o Eros como certo pudor sublimado ou emulação recíproca, pois cada amante buscaria ser honrado pelo outro em espécie de rivalidade sadia por meio da qual se aperfeiçoaria continuamente. O artigo acaba explorando a ideia de morrer-pelo-outro, central no discurso de Fedro, e sugere que o texto estaria remetendo a uma forma de morte ritual, a qual o artigo relaciona tanto, de um lado, com a verdade quanto, de outro, com a ideia de justiça que, o artigo defende, estaria presente na República como descida à Caverna, ou seja, ao Hades.
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