O logos do fenômeno: a linguagem como o acontecer do curso do ser
DOI:
https://doi.org/10.61378/enun.v6i2.139Palavras-chave:
fenômeno, logos, linguagem, acontecimento, serResumo
Esta reflexão propõe uma meditação a respeito do logos do fenômeno, isto é, de sua fenomenologia como sendo a linguagem como o acontecer do curso do ser (Ereignis). O fenômeno aparece como imbricação de ente e acontecimento, e-vento ou curso de ser, de presença e ausência, de desencobrimento e encobrimento, de identidade e diferença. O fenomenal no fenômeno é o seu logos, isto é, que ele vige como fenomeno-logia. Esse logos resplandece na abertura do ver simples e imediato. É o que chama a pensar e requer a escuta do pensador. O homem fala por e para corresponder a este logos. O exercício desta correspondência ao apelo do logos se dá numa multifariedade de discursos. A ressonância do logos no discurso humano se torna surda quando a linguagem é tomada como meio-instrumento e informação no horizonte do discurso funcional e objetivo, técnico e científico. Esta ressonância aumenta na poesia esquecida do discurso cotidiano, em conversa e diálogo. Ela se torna, por fim, mais vibrante em sua poesia, no “mythos” e no “epos”. Somente na experiência poética, quer do poeta que canta, quer do pensador que medita, é que, através de um dizer inaugural, a linguagem vem à linguagem como linguagem e se torna experiência.
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