Da cosmovisão à cosmopercepção, deslocamentos políticos e a produção da corporeidade
DOI:
https://doi.org/10.61378/enun.v5i2.114Palavras-chave:
Cosmopercepção, Corporeidade, Educação, Literatura AfricanaResumo
O presente artigo pretende evidenciar como a escritora Paulina Chiziane, em O Alegre Canto da Perdiz, aborda as formas de produzir sensibilidades e corpos políticos que desafiam a brancura como experiência. Defendemos que os atos discursivos produzem corporeidade própria e realidade desejante. O leitor, diante da narrativa dos enleios que produzem a experiência como brancura, acaba por ter sua visão tensionada. Perseguindo uma via de desconstrução, seguimos Oyěwùmí e o seu conceito de cosmovisão que instaura um campo perceptivo aberto, o qual pode desenvolver diversas formas de produzir a si e ao mundo. Entendemos o sensível não como um dado, mas como uma potencialidade criadora de mundos e de sensibilidades cosmopoiéticas. Assumir essa composição é procurar revelar que o mundo não é apenas um espaço de pairagens, mas um substrato da nossa subjetividade.
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