Ancestralidade por vir
DOI:
https://doi.org/10.61378/enun.v5i2.108Palavras-chave:
ancestralidade, estudos pós-coloniais, metafísica da presença, Jacques Derrida, Desconstrução.Resumo
A presente leitura pós-colonial acerca de um grito de uma mulher negra que irrompe em uma missa no Senegal permite-me argumentar em torno de uma “identificação de ancestralidade”. O grito ora em tela, desloca a ancestralidade, sem reunião possível, que não seja contextual e contingente. Não evoca um desaparecimento da ancestralidade, mas sua postergação, nem para frente, nem para trás. Focando no porvir ancestral, em uma ancestralidade por vir, o presente artigo reflete o acontecimento e a maquinaria em torno daquele grito: nem “o” primeiro nem “o” último, sempre o “penúltimo” grito. Para além da obviedade do som, aquele grito funciona como um arquivo, cujo corpus é capaz de “consignar”, ou seja, reunir signos voláteis, embaraçosos e delicados, marcados por fronteiras, borraduras e traumas. Denota que a Ancestralidade, compreendida na chave da Ordem e da Metafisica da Presença não está assegurada.
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