Linguagem e corpo em Heidegger
DOI:
https://doi.org/10.61378/enun.v7i1.152Palavras-chave:
Linguagem, Corpo, TranscendênciaResumo
O artigo tem o objetivo de defender o argumento de que o acontecimento da linguagem é ontologicamente prévio à constituição material (fisiológica) da fonação e do signo e, enquanto abertura de sentido, é aquilo desde onde o corporar humano se deixa iluminar. O corpo é corpo, portanto, desde a linguagem. O método de exposição começa explicitando as interdependências entre os processos fisiológicos envolvidos no ato de falar e a constituição do signo linguístico para, em seguida, por contraste, explicitar a tensão entre linguagem e corpo à luz do pensamento de Heidegger. Assim, o artigo defende que a tensão entre linguagem e corpo é antecedente à relação entre signo e fonação. Não falamos em função das características fisiológicas de nossos órgãos da fala, mas a função desses órgãos se ilumina desde a linguagem, à luz da qual, por sua vez, um ente falante se pode dizer corporal. Pois o corpo é corpo desde a linguagem, ou seja, desde a abertura para o sentido. Não é, enfim, o corpo que torna possível a linguagem, mas a linguagem que faz do ente falante um ente corporal.
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